segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

NA BURRA DE NOVO

Estivemos, mais uma vez, conferindo o "Bloco da Burra", do Madeira de Lei, na rua dos Mascates(em Arcoverde). Na oitava edição, a "Burra" está revigorada, irreverente(apesar do apoio oficial de alguns órgãos). Dessa vez o homenageado foi o saudoso Chico Pereira - o Chico do Foto. Benjamim disse que nunca esqueceu a bondade e o sorriso de Chico. O boneco gigante de Chico passou entre os foliões logo depois das apresentações de Tenório e Noé Lira. Também me lembro de Chico - tomamos uns e outras algumas vezes com Elísio(o Mago) e ele sempre tinha uma boa história para contar. Este ano a festa estava mais organizada com menos mesas; a compra de bebidas era feita através de tickets e barracas tinham iguarias como vatapá e acarajé com direito à camarão. Depois que a "Burra" saiu pelas ruas do São Geraldo e da Boa Vista, uma orquestra de frevo colocou todo mundo para frevar. Ninguém nem se lembrava daqueles hits chatos de Ivete Sangalo e Cláudinha Leite. Aliás, por ser uma ilha de execlência da boa música(incluindo MPB, rock e reggae) é que o Madeira de Lei ainda é um dos bares mais visitados por turistas, jornalistas, arquitetos, artistas plásticos, atores e operários da cultura em geral. Eu mesmo, nos tempos de solteiro(e de rebeldia tardia), cansei de "fechar" o Madeira depois das 4 da madruga. Lula, o garçom-mor, diz que Benjamin não pensa só no lucro. "Já chegou gente aqui com o som do carro na maior altura tocando aquelas duplas sertanejas horrorosas, nós atendemos todos muito bem, mas explicamos que o Madeira de Lei não pode permitir esse gênero justamente aqui, se assim fizéssemos estaríamos afungentado a grande maioria dos clientes que vêm aqui apenas para curtir música de qualidade e jogar conversa fora", explica Lula. A postura é plenamente compreensível porque nos bares da vida de Arcoverde o que mais têm é DVD de qualidade técnica sofrível e muito barulho por nada. Os donos desses bares deviam entender que as pessoas quando saem de casa é para desopilar e desenfastiar e não ficar de olhos grudados na TV. Assim como o bar de Valmilson(também no São Geraldo e que tem uma coleção de LPs de fazer inveja), Benjamim só quer que as pessoas beberiquem sua cervejinha em paz. Que as moças lindas tomem seu caldinho de feijão numa boa. Se quiserem zuada, que vão atrás do trio elétrico ou sejam mais um no bloco dos iguais. Nós que detestamos o óbvio ululante preferimos a simplicidade do momento. Valeu Bejamin, para o ano estaremos lá, de novo, puxando o rabo da "Burra".

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