terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Nas pegadas de Lampião e outras coisas

Recentemente, o Sesc Arcoverde realizou uma feira de livros(vide Lira Cultural) sendo que um dos dias foi dedicado à Maria Bonita e Lampião. Pudemos conferir a palestra de Andilomá sobre fatos pitorescos do Capitão do Sertão. Aproveitei as ofertas e comprei "A Incrível Viagem de Shackleton"(de Alfred Lansing) que conta a história do navio Endurance que, em 1914, partiu em direção ao Atlântico Sul. A embarcação, no entanto, ficou encalhada em bancos de gelo por seis meses. É um livro instigante. Ao mesmo tempo, estou lendo(graças um e-book baixado no computador) "O Apanhador no campo de centeio" - livro que o matador de John Lennon carregava no dia 8 de dezembro de 1980. Como diria Belchior, "deixando a profundidade de lado", fui dar uma olhada no show de Paulinho Leite, no São Geraldo. Simpático e competente(sendo um dos poucos músicos de Arcoverde que levou a música à sério), Paulinho nos brindou com um show eclético que foi do poeta Sebastião Dias ao The Wall do Pink Floyd. Além de forrozeiro de primeira, o "menino da Rua Velha" não se rende aos modismos das FMs, fazendo sempre um som de qualidade e que nem por isso foge do "feijão com arroz". Depois do show encontrei Paulinho no Veleiro Bear; com ele sempre brincando com frases que relembraram nossa adolescência. Esse texto tá meio salada, mas era isso mesmo que eu queria expressar.

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Ao Mestre Mário Henrique I

Meses depois da morte de Mário Henrique, me atrevo a postar aqui algumas palavras. Conhecí Mário mais de perto mesmo antes de ir para o Recife(no final da década de 70). Mas lembro que, em anos anteriores, pude conviver um pouco com Mário, pois meu pai - José Moraes(assim como ele) era funcionário do DNOCS. Os anos se passaram e fui ficando mais íntimo da alegria, da bondade, do viço político e artístico de Mário. Ele se admirava comigo quando contava casos de Lupiscínio Rodrigues, Altemar Dutra, Nelson Rodrigues, Anísio Silva e tantos outros "bambas" da MPB. Quando, por vezes, estávamos passeando na "Kombi", ele colocava pérolas do cancioneiro e ficávamos falando sobre música e arte. Nossos gostos musicais, apesar da diferença de idade, sempre nos levava a um papo sadio e agradável.
Aprendí muita coisa com Mário. Soube entender como ele sempre foi um incompreendido pelos moralistas e fariseus de plantão. Ele carregava essa angústia. Não entendia, por exemplo, como o atual alcaíde-mor da cidade não mandava os secretários trabalharem com afinco; apontando sempre as dezenas de entulhos espalhados pelas ruas.
Mário era revoltado com pessoas que eram nomeadas para órgãos públicos e que só por isso usavam a premissa para tratar o contribuinte com desdém e arrogância. Lembrava sempre, inclusive, o exemplo do escritor Graciliano Ramos quando foi prefeito de Palmeira dos Índios. O autor de Memórias do Cárcere mantinha sempre atualizados cadernos com toda a contabilidade da prefeitura para quem quisesse ver. Hoje, em plena era da internet, tem administrador por essas bandas do sertão tupiniquim que leva tudo na gaiatice, não dando a mínima para dita transparência.

Certa vez fomos(eu e Toinho de Banana Crua) com Mário conhecer Casinhas, cidade vizinha à Surubim, local que o viu nascer. Mário era filho do ex-prefeito de Surubim - Mário Henrique de Farias. Por onde passamos, fomos recebidos com carinho e atenção. Na ocasião, Mário ofertou um troféu para o campeão de um torneio que estava acontecendo no campo de Casinhas.
Em outra viagem, desta vez para o Recife, fomos conferir, num domingo inesquecível de Carnaval, o Timbu Coroado, na Rosa e Silva. Com a família alvi-rubra, tivemos grandes alegrias naquele dia de muita chuva, suor e lágrimas ao cantar-mos "da união de duas cores mágicas nasceu a força e a raça - vermelho de luta, branco de paz, quem olha não esquece jamais".

Estive a última vez com Mário, no final de setembro, na budega de Audálio(no São Geraldo), com os também amigos Jairo Professor e Lourival Costa. Mário, já sem beber há vários anos, estava bem animado discutindo política e jogando conversa fora para matar o tempo. Foi inclusive até o buffet e pegou uma "boa média". Se tívessemos bola de cristal, poderíamos ter agradecido a oportunidade ímpar de ter convivido com Mário.

De minha parte, teria aplaudido o homem que sempre usou a coerência e a bondade, em detrimento da arrogância e dos "chicotes" dos poderosos. Um homem que não se curvou ante aos orangotangos da Ditadura. Um homem que soube criar seus filhos com dignidade. Um homem que não via maldade em ninguém. Um homem com defeitos e virtudes, mas um homem que soube honrar com altivez sua passagem pela Terra. Vai Mário ser "guache" na vida. Vai Mário, deixa os imbecis e caretas circulando em volta da lâmpada. Afinal, eles vieram ao mundo apenas para ser massa de manobra neste "admirável mundo novo". Obrigado por tudo. Lembro sempre de você quando vejo uma Kombi branca e quando escuto Três Apitos, de Lupicínio Rodrigues.

quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Para Aírton Freire, o sonho continua

Com foco em vítimas de Acidente Vascular Cerebral(AVC), o Centro de Reabilitação Mens Sana, foi inaugurado hoje(08/09),pelo governador Eduardo Campos, no bairro Pôr do Sol, em Arcoverde. O Mens Sana receberá inicialmente 50 mil reais mensais do Governo do Estado para a sua manutenção. Em seis meses, quando todos os serviços já estiverem normalizados, a estimativa é que o Estado dobre os recursos e passe a prover integralmente os gastos. Todos os atendimentos serão conveniados pelo Sistema Único de Saúde(SUS). O centro foi idealizado pelo Padre Airton Freire(leia-se Fundação Terra). Há 27 anos, o religioso mantém, com doações, a Fundação Terra que atende a crianças, adolescentes e idosos carentes que vivem no entorno do antigo Lixão de Arcoverde(localizado no bairro do São Cristovão).

Construído numa área de 835 metros quadrados(e estruturado para atender uma média de 60 pessoas por dia), o centro dispõe de equipe médica nas áreas de fisioterapia, fonoaudiologia, psicologia e terapia ocupacional. O prédio é dividido em dois pisos mais um ginásio terapêutico. No térreo estão os serviços de fisioterapia e reabilitação dos acidentados com seqüelas motoras e neurológicas, entre outras paralisias, e no primeiro andar funciona o posto de saúde onde são realizados atendimentos ambulatoriais, vacinação e consultas odontológicas.
Acompanhado da deputada Ana Arraes, do secretário de Saúde, Antônio Carlos Figueira, e da primeira-dama, Renata Campos, Eduardo assistiu a cerimônia religiosa. Logo depois, visitou as instalações do centro médico. O prefeito Zeca Cavalcanti não compareceu à solenidade.

sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Luciano Pacheco bota o bloco na rua

O carnaval eleitoral ainda não começou, mas o vereador Luciano Pacheco colocou, ainda que extra-oficialmente(claro que respeitando a lesgislação eleitoral), a sua pré-candidatura na rua. O ex-presidente da Câmara de Vereadores realizou, ontem(01/09), no Clube Democrático, encontro com lideranças comunitárias. Cerca de 700 pessoas lotaram o andar superior do clube, inclusive com a presença de assessores diretos do prefeito. Os vereadores Warley Amaral, Geraldo Barbudo, Joel Filho e Vino(este de Sertânia) estiveram lá para apoiar Luciano. O pré-candidato disse ainda contar com o apoio dos vereadores Everaldo Lira e Dr. Iran. Todos oradores destacaram que resolveram realizar o encontro após saberem que estavam acontecendo reuniões secretas e paralelas de pré-candidaturas que pululam em volta do staff municipal, mesmo com o alerta do prefeito Zeca para que ninguém colocasse "o carro na frente dos bois" na corrida sucessória. "Estamos realizando uma reunião informal de prestação de contas da minha atuação enquanto estive à frente da Casa James Pacheco, mas temos informações que tem pré-candidatos realizando encontros paralelos que, de certa forma, estão atrapalhando o andamento da gestão municipal", afirmou Luciano. Ele destacou ter afinidade política de muitos anos com o senador Armando Monteiro e que o prefeito Zeca é o maior prefeito da história de Arcoverde. Quando disse essa frase ninguém aplaudiu o vereador. Na verdade, ao que parece, Luciano está apenas marcando posição, armando uma estratégia de conduta até porque muita água vai rolar debaixo da ponte. Há quem garanta que se Zeca optar por Madalena Brito, Geovane Freitas ou Wellington Araújo - Luciano já estaria com todo seu grupo de centenas de correligionários prontos para correr em uma raia própria. Os próximos quatro meses serão prepoderantes, pois tanto Luciano quanto a oposição(leia-se Julião Guerra e Israel Guerra), terão ao seu dispor uma leitura mais clara e sem açodamento do cenário político local. Pelo lado do prefeito, resta saber se a sua coordenação vai indicar qualquer nome para a disputa. Afinal, já dizia Branxu: "às vezes até um poste o eleitor engole". Será?..........

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Mordaça na política de Arcoverde

O prefeito Zeca Cavalcanti avisou: a partir de agora não admitirá nenhuma manifestação em torno do pleito que acontece em 2012. Essa primeira frase, assim meio que "imperativa" e sem aspas, aparece no blogdomagno. Segundo Zeca, até agora, não há nenhum nome lançado para a sua sucessão. O recado já foi levado também para a Câmara Municipal. O que se sabe de certo é que o candidato de Zeca sairá das hostes do PTB. Por outro lado, hoje(dia 01), no Clube Democrático, o vereador e ex-presidente da Casa James Pacheco, Luciano Pacheco, realiza reunião com correligionários. Não se sabe, ainda, o teor de tal reunião. Amanhã eu conto tudo: se foi uma reunião de pré-candidato não acatando as diretrizes nos moldes de mordaça do poder municipal ou apenas um balão de ensaio para conferir o termômetro das adesões faltando pouco mais de um ano para as eleições.

O adeus à Rômulo Cursino

Rômulo Cursino de Siqueira, um dos fundadores da Rádio Independente Fm de Arcoverde, morreu ontem(quarta-dia 31), em decorrência de um câncer, contra qual lutava há mais de uma década. Fino, elegante, Rômulo sempre tinha uma palavra amiga e uma boa conversa na ponta da língua. Conviví pouco com Rômulo, mas ele era, como meu pai(José Morais do DNOCS), maçon. Às vezes, me parava na rua para uma prosa rápida, mas de bom e fácil conteúdo cultural. Tinha(e tenho) um respeito muito grande pela figura alegre e distinta de Rômulo. Era uma pessoa tranquila, afetuosa e de um sorriso inesquecível. Esse sim, tinha a humildade e a boa conduta como norte. No dicionário de Rômulo não existiam as palavras "arrogância" e "deselegância". Rômulo deixa o legado da boa convivência, do bom trato com as pessoas. Que bom que Arcoverde pudesse ter mais homens de postura ilibada e "sem rei na barriga" como foi Rômulo. Um verdadeiro gentleman e amigos dos amigos. Os boçais e arrogantes diretores de outras FMs da cidade - adeptos de métodos de massacrar e tratar mal seus funcionários - e que costumam se achar "donos do mundo", deveriam mirar-se no exemplo de bondade,discrição e educação de Rômulo Cursino. Esse sim, cumpriu com dignidade sua passagem terrena tendo por sobre sua cabeça as emanações do Grande Arquiteto do Universo.

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Mexeram no vespeiro das vaidades na Câmara de Vereadores de Arcoverde e daí...........

O bafafá, envolvendo a vereadora Luíza Margarida, parece que não vai dar em nada. Para bom entendedor, muitos interesses ficaram explícitos e em jogo. Dizem que quase todos vereadores têm pessoas dentro desses programas de agentes de endemias, portanto, os pares, é claro, não se sentiriam à vontade para realizar uma "caça às bruxas". Por outro lado, apesar do alcaíde-mor estar descontente com a pretensa iniciativa de Luíza e da alcaíde-mor(vice) de terem detonado o processo pré-eleitoral antes do tempo(talvez burlando assim a lesgislação eleitoral vigente), o status-quo do Casarão da Avenida Arlindo Pacheco, insinua passar a mão na cabeça dos apressadinhos. Ninguém, dentre os poderosos de ocasião, quer ir a público dizer se Luíza agiu ou não de forma correta. Da mesma forma, é claro, não se perguntam o que a alcaíde-mor(vice) estava fazendo numa reunião realizada quase às escondidas no primeiro andar de um buffet da cidade. A oposição, por sua vez, fez tempestade em copo d'água e não sabe se foi bom ou ruim o episódio. A questão não é Luiza ter faltado a reunião da Câmara. A questão é saber quem armou tal reunião no buffet - se os próprios participantes ou alguém do próprio staff municipal interessado em queimar a pré-candidatura de Madalena Brito para assim poder deixar o caminho livre para os representantes de Sanharó em Arcoverde. Essa é a pergunta que não quer calar. E a oposição finge que não vê.